domingo, 27 de junho de 2010

Primeira Experiência na Casa dos Discípulos


Após a inauguração oficial da Casa dos Discípulos, a primeira pessoa a usufruir das instalações da Casa, foi o discípulo Pedro Valadão, Moy Wa Laai, de Belo Horizonte - MG.

Pedro relatou sua experiência ao blog, para ser compartilhada com os demais interessados.


Queridos Tong Mun,

Cheguei a São Paulo no sábado (20/02) e voltei para Belo Horizonte na sexta feira (26/02), pela manhã.
Gostaria de começar expondo minha opinião a respeito da importância da residência dos discípulos. Ao longo dos anos a estrutura do nosso clã, que adotou uma postura descentralizadora, em que si hings foram responsáveis por administrarem núcleos em outras cidades, possibilitou que vários dos discípulos atuais entrassem em contato com o Ving Tsun. Eu, por exemplo, só vim a ser discípulo, claramente porque através do trabalho e esforço do si hing On Dan San, existia o Núcleo Savassi. Reparei, com o passar do tempo, que encontrar com o si fu em seminários e eventos de integração não possibilitava um estudo mais aprofundado do sistema e obviamente uma vida kung fu intensa, que permitisse o desenvolvimento da inteligência estratégica. Com essa semana de imersão, percebi que a responsabilidade de “resgatar” o kung fu é do discípulo e de seu mestre. Digo “resgatar”, pois percebo cada vez mais falhas de entendimento e lacunas na minha formação, e quanto à responsabilidade, é minha em assumir estas falhas pessoais e estar aberto para voltar atrás e saná-las.
O momento atual favorece este tipo de processo, percebo que o Clã Moy Yat Sang está visando à melhora da qualidade dos praticantes, e não o aumento quantitativo do mesmo. Sendo assim, podemos nos concentrar em entender melhor o sistema, para ser possível honrar nossa condição de discípulo, preservando esse mesmo sistema. Dentro desse raciocínio – e pensando que vários discípulos advindos das mais diferentes localidades precisarão se relacionar de forma cada vez mais intensa com o si fu –, fica claro que a residência dos discípulos é peça fundamental nesse processo.
A semana foi muito proveitosa. Tive a oportunidade de acompanhar o Si Fu em seu dia a dia e pude aprender muito. A experiência me ajudou a modificar minha maneira de entender os domínios do sistema e consequentemente minha forma de estudar e executar as formas. Esse contato mais constante com o si fu me parece muito importante para reorientar meu treinamento e evitar que eu perca tempo com aspectos e presunções não pertinentes. A vida kung fu foi muito interessante. Observar a conduta do si fu no ambiente empresarial foi muito oportuno. Obviamente melhor do que entender cognitivamente o que é inteligência estratégica e desenvolvimento humano, é presenciar na prática estes conceitos, de forma natural e fluída.
Estou à disposição para esclarecer qualquer coisa ou para relatar algum aspecto da viagem de forma mais detalhada, caso alguém julgue necessário.

Um grande abraço,


Pedro Valadão
Moy Wa Laai
11ª G VT